Livros para o ano de 2015

À semelhança do que ocorreu no passado ano com o romance Vale Abraão, o CLABL vai dedicar o ano de 2015 às obras A Mãe de um Rio e Eugénia e Silvina através da realização de actividades em torno do enredo destas duas obras.
 
O conto A Mãe de um Rio foi reeditado no ano de 2014, juntamente com um cd que contém a gravação da leitura da obra por Agustina Bessa-Luís em 1959.
 
O romance Eugénia e Silvina, editado em 1990, será reeditado brevemente pela Guimarães Editores. A história tem como cenário a zona de Viseu e conta o crime da Poça das Feiticeiras ocorrido em 1925.  
 
As datas e actividades serão anunciadas oportunamente.
 
 « (...) No ano de 1959, Agustina viajou pelo planalto da serra, onde visitou Alvite, povoação que lhe inspirou a história fabulosa do mito da Mãe de um rio. Foi nosso guia o poeta Fausto José, que desde a infância conhecia a região devido à caça das perdizes.

O que esta história fabulosa tem de estranho é a figura enriquecedora da Mãe e o sentido maternal que nela tem o símbolo da água e do rio.

(...) Hoje em dia, o conhecimento do acto criador pertence aos domínios da psicologia feminina "porque a obra criadora sai das profundidades do inconsciente que são o próprio domínio das mães" (C.G. Jung, L’Âme et la Vie, 1963, p. 219). Contudo, o passeio por Alvite teve como resultado histórico a fixação literária por Agustina da imagem do povoado de Alvite em 1959.»

Alberto Luís, Introdução A Mãe de um Rio

«Em 17 de Julho de 1925, no caminho de Ranados, arredores de Viseu, apareceu um homem assassinado, em circunstâncias que nunca ficaram esclarecidas.​ O facto deu-se no solar da Malhada, antiga propriedade da viscondessa Eugénia Viseu, senhora excelente em virtudes, em enigmas e em beleza, e que morreu solteira, deixando à Misericórdia tanto a casa da Malhada como avultados bens.

A sua dama de companhia ou criada grave, teve amores com o filho dum caseiro da família de Eugénia, que enriqueceu em S. Tomé, em sociedade com um roceiro de cacau. Ele veio a comprar o solar e outras propriedades, graças à grande fortuna obtida não se sabe se em negócios delituosos. Perfilhou a filha Silvina nascida das relações com a dama de companhia, e deu-lhe posição legítima na Malhada. As relações de ambos fizeram parte da lenda erótica do lugar.

O crime, de que foi acusada Silvina como parricida, levantou imenso tumulto e escândalo no país inteiro.»
 
Eugénia e Silvina

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