Novo Ano
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra. Morte, à senilidade idealista e à retórica embalsamada; peste, para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em colectividades emocionais; guerra, à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
(Agustina Bessa-Luís – Caderno de Significados, Guimarães Editora, 2015)